Neste mês de julho e agosto estive fortemente comprometida com o trabalho que estava muito intenso. Normal, e eu gosto. Mas o fato é que além do trabalho, acabei me fechando em copas....
O câncer, como já falei em post anterior, resolveu brincar na minha seara, e meu pai desde dezembro tem enfrentado todo tipo de desconforto por conta do câncer de pulmão descoberto já em estado avançado. Em Dezembro descobrimos uma metástase, o que nos deixou atônitos e tristes, claro, afinal a nossa conta já estava preenchida! Que nada, um passinho à frente, por favor, e no mesmo dia que fazia minha mastectomia meu pai enfrentava a primeira quimioterapia . Só aqui dá rima, no mais é puro mal estar.
Certamente está sendo muito mais difícil lidar com o câncer do meu pai do que com o meu. O meu tinha controle, o do meu pai não mais. Já não tem mais cura, e agora pensamos simplesmente em lhe dar conforto, amor e dignidade.
Sou a filha mais velha, e de longe meu pai é o homem que eu mais amei ou amo em toda a minha vida. E olha que eu já tive muitos amores e conheci muita gente bacana no meio do caminho, mas meu pai é fora de série. Excelente pai, grande amigo, bem humorado, muito inteligente, papo agradável, sempre uma presença valiosa e discreta em nossas vidas. Precioso. Tenho estado com ele o máximo de tempo que eu posso, acompanho minha mãe onde dá, viro mãe e filha em minutos. O que tenho feito com ele? Lendo histórias e o jornal, vendo jogos do Botafogo na TV . Coitado do meu pai, além de câncer é torcedor do Botafogo, como eu...E claro, fico fazendo cafuné, contando piada, exagerando nas cores, levando o máximo de vida que eu posso para dentro do seu quarto.
E agindo, como já nos ensinou Paulinho da Viola: ...“Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”.
Aguenta firme papai, estamos juntos nesse barco.