terça-feira, 20 de julho de 2010

90. O Mundo Maravilhoso do Sutiã



Costumamos seguir uma rotina e euzinha todo dia faço tudo sempre igual, acordo, lavo o rosto ou tomo banho, escovo os dentes, passo demoradamente um hidratante , visto a calcinha e o sutiã. Epa, perai!! Sutiã?!! Há, há, há, aqui a coisa mudou, ah mudou, e ganhou um colorido especial. Por anos repito o ritual e há anos olhava os meus seios meio de banda, desde sempre eles não foram assim, como dizer, uma.... Brastemp. Gostava deles porque gosto de mim, sou canceriana e me apego a tudo e a todos que me dão prazer. E eles sempre me deram prazer, do sexo à amamentação, momento em que eles viraram dois melões gigantes, de 42 para 48, quiça 46. Depois que a fase acabou, já imaginou qual o resultado, né? Fora isso, com toda sinceridade, eles não eram nada, nem de longe o “modelo” ideal. O fato é que minha descendência indígena se fez presente, e diria que 80% dessa presença se deu nos meus seios, num traçado divino pelo GPS da natureza. Pois é, filmou? Pense naqueles documentários do Discovery, nos filmes do Xingu...Agora lembra? Então, é isso. Eles pendiam para a lateralidade e o teste do lápis poderia ser feito tranquilamente com uma garrafa Pet de 600ml. Juro! A lei da gravidade se abateu naquela região quanto eu tinha apenas 20 anos! Estava mais para uma índia velha do que para Iracema, a virgem dos lábios de mel. E para completar, eles eram manequim 42 nos 23 dias que ante-antecediam a menstruação e nos 03 dias que antecediam a menstruação ele crescia para 46, e aí ficava até mais interessante e seriabem mais proveitoso se a TPM não viesse junto. Voltando. Então na hora de colocar o sutiã sempre rolava uma inveja branca das moças que colocavam um sutiã feito como quem bebe água! Agarrava um óddddddddddio. Agora, a situação mudou, eba. Meus seios estão bemmmmmmmmmm mais bonitos. Agora que o conforto se instalou e o corpo se acostuma com a nova situação fico embevecida e admirando a modificada que driblou a natureza mesmo que motivada por uma má notícia. Além do fato clínico, afinal meu médico é um artista , convenhamos, tem o lado psicológico da história! Eu afirmo que o Dr. Maurício , que é um grande mastologista tem também um quê de terapeuta, ele mudou a minha vida e vou falar o motivo agorinha mesmo. Hoje, com um seio novo e o outro recauchutado eu posso me dar ao luxo de ficar “SEM” sutiã quando quiser e isso mudou meu astral pela manhã! O meu ritual ficou mais interessante, e ali coladinha com essa mudança, vem a mudança de guarda roupa, lógico. Sou da época em que os sutiãns não tinham muitos recursos, aliás nenhum, então sempre tive dificuldades usar os seguintes modelos:
a) Costas nuas
b) Tomara que caia
Nossa, como eu queria poder ter usado mais vezes uma ou outra, todas a ocasião que tentei não davam muito certo e minhas “gambiarras” geralmente eram desastrosas, não seguravam a onda até a manhã seguinte. Em conseqüência dessa mudança abriu-se um novo mundo, “o mundo maravilhoso dos modelos de sutiãs”! Meu Deus, onde andavam esses estilistas que fazem essa peça feminina virar a PEÇA de roupa incrível no guarda roupa de uma mulher? O que são esses modelos, cores, alças, tecidos e estilos tão diferentes?
E aqui vai uma dica para mulheres que vão fazer reconstrução de mama: vá guardando dinheiro desde já para esse momento e para experimentar modelos incríveis de sutiã que estão disponíveis no mercado , você vai precisar dessa economia até passar a fúria consumista inicial que se apossa de você depois de tirar o dreno, vestir uma camisa listrada e sair por aí! Camisetas cavadas, blusas mais transparentes e tudo o mais tudo fica lindo! Pelo menos pra mim foi assim.
A gente pode também ser protagonista daquelas cenas de filmes americanos que tratam do cotidiano de uma mulher divina e descolada. Ela coloca ou circula pela casa com uma camisa branca de algodão e uma calçola rasgada mas fica super linda! Pois eu afirmo, metade dessa confiança tem relação com os seios!
Pois bem, agora que eu começo a me a costumar e gosto muito dos meus seios novos é inevitável que eu mude um pouco o guarda roupa, claro, e começei pela minha gaveta de gaveta de calcinha e sutiã e aos poucos fui deixando pra traz uma Clélia mais inibida. Cada sutiã que separava para jogar fora ou doar era uma situação diferente que me lembrava e que agora ficava pra trás. Foi um alívio!
Depois que fiz essa “limpa”, saí para comprar uma blusa costas nuas, experimentei e ficou linda! Virei de costas e me toquei, caraca, a minha cirurgia de mastectomia me deu uma cicatriz de meia costa, bem na marca do sutiã! Ah, quer saber? Tô nem aí, a minha cicatriz é linda, faz parte da minha história e não me constrange nem um pouco. Tô louca pra comprar um tomara que caia.