quinta-feira, 8 de abril de 2010

86. Quando a Arte imita a Vida



Acompanho com uma certa regularidade uma série chamada "Brothers and Sisters" que passa na TV a cabo e que na verdade é uma novelona. Como diz o título, é uma família de 05 irmãos (um já deu uma sumida, deve ter ido fazer outro programa) cuja mãe é nada mais, nada menos que a eterna "noviça voadora" Sally Field. Só quem é mais ou menos da minha idade sabe da importância da "noviça voadora" na nossa vida, intrépida freirinha que além de tudo voava! Por isso começei a acompanhar e agora danou-se. Pois então, uma das filhas da Nora (esse é o seu nome na série) a republicana Kitty, está com câncer e começa a passar por toda a angústia de uma portadora da doença. Não sei qual é o câncer dela (não sou tão fanática pela série!), mas ontem foi o dia em que ela raspou a cabeça para não ter que enfrentar a tão temida queda dos cabelos inerentes ao tratamento com algumas quimioterapias. E me emocionei. Quando meus cabelos começaram a cair e ficavam pelo travesseiro, nas roupas, nos rostos dos amigos quando ia dar dois beijinhos, e outras bizarrices que não vou mencionar, achei que já era hora de fazer o mesmo que a Kitty: tascar máquina neles! E foi isso que eu fiz, acompanhada de minha filha (que como toda adolescente só pensa nos cabelos) e de uma amiga querida. Já até postei aqui e como faz um certo tempo (meus cabelos já estão lindos!) já tinha um pequeno distanciamento da situação. Qual o quê: taqui ela de volta e ontem, apesar da baboseira que é um novelão como esse, me emocionei e lembrei que esse foi um dia especial na minha convivência amigável com o meu câncer. Naquele momento eu que eu raspei minha cabeça eu tive o controle da situação, foi uma opção e naquele dia eu realizei o inevitável, que toda a minha aparência iria sofrer modificações e que eu teria que lidar com elas da melhor maneira possível. Foi uma boa atitude, foi um bom ritual e foi um novo começo. E além de tudo, descobri que a minha cabeça era linda.

4 comentários:

Mylla Galvão disse...

Oi Clélia,

Tb penso que se eu tivesse um câncer, iria raspar a cabeça tb!
Na novela "Laços de Família" em que a personagem de Caroline Dickman raspa a cabeça, me emocionei mto tb!!!

Lembro desse seriado! Eu gostava mto dele, era divertido!

bjo

lilly disse...

olá
eu tb assisto este seriado.
sally fields é maravilhosa no papel da mae que criou os 5 filhos, ficou viuva, e qdo viu...o cara tinha uma outra mulher, a holly, a loira exuberante, que ainda por cima se enfiou na emrpesa deles e tem poder de decisão.
é um bom seriado onde mostra os valores familiares
e a familia, é logico, como as nossas, sempre tem problema.
a kitty, filha da norah, tem um linfoma.
eu ainda não vi este episodio que vc mencionou deve reprisar.
bem, clélia, eu sou uma pesoa muito saudavel, e admiro a braveza que as pessoas que tem cancer desenvolvem.
várias amigas já passaram por isso e lutaram muito, usaram peruca, lenços bonitos, ou nada mesmo... e hj estão rindo pois venceram a doença.
tenho certeza que vc vencerá tb.
bjs e fique com deus
lilly
http://coisadelilly.wordpress.com
e
http://blogdareforma.wordporess.com

Anônimo disse...

Oi Clélia!
Eu tb vejo esta série, tb assistia Noviça Rebelde e tb tive cancer, na mesma época que vc. Acompanho sempre o seu blog, adoro e aprendi muito com as suas experiências! E, para finalizar as "coincidências", eu tb me emocionei vendo a Kitty raspar a cabeça! Tem coisas que a gente supera... mas nunca esquece!
bjs
Ana Renata

Giovanna De toni disse...

Caraca Clélia , fiz a mesma coisa... fui cortando o cabelo e vendo como ficaria até ponto de raspar . E tenho certeza que sempre que a gente rever cenas assim vamos chorar por que como diz meu querido onco isso não é para amadores! E sentiremos como em nós tudo de novo.
Hj conclui a terapia de quimio e começarei a radio ainda careca mas tb descobri minha cabeça e adorei ela!